Maria
Prosa e Poesia
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Desmandos de Pó
Depois do sonho, perdida na paz e no silêncio, fechou os olhos e reviveu cada momento importante de sua vida. Com amargura sentiu que desde pequena sempre fora uma estranha, uma intrusa onde quer que estivesse. E assim seguiu seu caminho também sendo mulher. Então não fora ela que curiosa levantara a capa daquele livro e se insinuara na primeira página à fórceps? Não fora ela que sempre de novo invadia o espaço de flores, sem ser convidada, desejando ardentemente fazer parte da história de vida plantada ali? E não fora ela que fizera desmandos numa terra que não era sua como se dela fosse dona? E agora ? O que lhe sobrara? Restos de pedras de um jardim que era o seu sonho, sua vida... só em pensar a dor ardia na alma. Euantos séculos não ia mais lá? Nem sabia mais se ainda existia alguma pedra daquelas muralhas destruídas. Restava sim... os desmandos do pó de seu corpo que depois do sonho, perdida na paz e no silêncio deste, fecha os olhos e revive...
Maria
Enviado por Maria em 25/06/2011
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