Maria
Prosa e Poesia
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Bilhetes Sem Respostas
Essa é a chave que abre as portas do calabouço da sabedoria: a certeza de nada sabermos. Somente assim é-nos possível calçar nossas sandálias e trilhar os horizontes como aprendizes do tempo.

Um coração que grita, não desistiu.

Tudo é possível quando o coração se debruça aos pés da esperança.

Como os bilhetes que ficam sem dar respostas, sem encontrar caminhos que não àquele único que o coração já caminhou, o poeta tem essa tarefa: Despertar a reflexão para o que a alma não consegue entender.

Às vezes os acordes tem uma nota só... então é melhor ouvir o próprio silêncio...

Balançar-se entre a dúvida e a certeza é que faz com que a vida seja adrenalina pura... Mesmo que o contraste gritante da realidade nua e crua com o interior esvoaçante nos atropele o dia...

O poeta nasce e morre tantas vezes em cada poesia que já não sabe se é ou não é, se nasceu ou morreu... mas, sabe que viveu...

O coração deveria abrir mais sua cordeona. Sua bela música ecoa no ar mesmo após os acordes cessarem.

A ampulheta do tempo não para. Segue de olhos fechados seu lento escorregar para o Fim.

Quando as asas molhadas abraçarem a terra, cais e mar serão uma só estrada, para o rufar da poesia da alma.

O sentimento que vem do nada carrega uma infinidade de emoções nos braços que dançam como o vento.

Quem chora quando vai, fica, num rastro de lágrimas.

Maria
Enviado por Maria em 28/06/2011
Alterado em 28/06/2011
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