Maria
Prosa e Poesia
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Árvore nua
Enquanto refletia olhava
o mundo ao meu redor.
Então a vi. A árvore nua!
Observava- a e pensava:
Ela está completamente nua.
O outono lhe arrancou todas as folhas
e a deixou desguarnecida
diante do frio do inverno que se vive aqui.
Alguém sentiu compaixão da árvore sem folhas,
sem cor, e a enfeitou com algumas
fitas coloridas que agora tremularam ao vento.

Assim como ela, deveríamos ser.
Deixar cair as folhas
sobre as quais nos escondemos,
e permitir que os outros vejam
como a gente é por dentro.

Se eu fosse como esta árvore,
desnudaria minha alma e permitiria
que enxergassem como realmente sou.
Se fosse como essa árvore
todos veriam a verdade nua e crua.
Todos descobririam quem é Maria de verdade.

Então alguém chegaria
e apiedado traria um manto
de fitas coloridas para cobrir
minha nudez.

Ou quem sabe outro,
colocaria algumas
luzes coloridas para a iluminar.

E assim coberta de trapos
e luzes artificiais, caminharia
pelas estradas da vida,
sendo eu, e eu mesma,
para mim, e para todos
que convivem comigo.

Se eu fosse como a árvore nua!
Maria
Enviado por Maria em 01/12/2006
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