E numa hora dessas, quando descambam trambolhões de água do céu e sopram ventos de gelar os ossos em preparação à neve que se espera para o fim de semana, ainda tem alguém que ousa me falar em perspectiva niilista. Perspectiva niilista? E eu sei lá o que é isso? Nunca ouvi falar. Parece coisa de outro mundo. Algo irreal, fora de contexto. Não, nunca ouvi falar. Não deve ser real. Só sei do que vivo, do que aprendo, do que desaprendo, do que sinto. Se com respostas ou sem respostas, mas, pelo menos sei. Todos queremos respostas. Você não as quer? Não acho que não ter respostas já é uma resposta. Uma vez achava que nada tinha resposta. Nada. Mas descobri também que para tudo há uma resposta. Só nos falta encontrar com ela. Mas ela não sabe de mim. Nem me conhece, que dirá andar em meus caminhos. Se eu soubesse as respostas, com certeza saberia por que num dia como hoje, onde devia frutificar só amor, há choro e ranger de dentes...