Maria
Prosa e Poesia
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Textos
Acender de Luzes
Tenho a impressão de que a minha poética funcionasse como um mecanismo, uma dinâmica de reordenamento do caos interior. É como se tudo estivesse em conflito dentro da minha mente e o fato de conseguir externar, mesmo em pequenos fragmentos de textos, algumas emoções, tudo se ajustasse dentro de mim. Talvez como um joguinho automático de computador, que você dá um toque numa tecla e ele vai colocando as peças, uma à uma, em seu devido lugar. O que me surpreende e talvez me leva a uma sensação de fracasso em ajustar, em acomodar esse caos interior, é o fato de que nem bem terminei de ordenar, arrumar, equilibrar um canto, e já logo vejo outro necessitando ser ajustado, pois já algo rolou para uma total desarmonia dentro de mim. Por isso escrevo tanto. Por isso tantos textos. Quem sabe, pensando assim, eu consiga entender também a imensa sensação de prazer que me invade a alma após concluir um. E não tem nada a ver com o que os outros vão pensar sobre ele, porque este sentimento bom, de vitória, de ter conseguido algo, acontecia bem antes desse momento em que autores eventualmente comentem o que escrevo, ou melhor, acontece no momento em que coloco o derradeiro ponto final. Então, nestes momentos, secava as lágrimas, se por acaso alguma tinha rolado pela face ao escrever...  Então respirava forte quando o cansaço e as emoções eram fortes demais... E, ria sozinha, imaginando a cara do sol quando a claridade de sua luz caísse sobre as linhas dos meus rascunhos. E dentro de mim, nascia mais uma pérola, brotava mais um botão, pingava mais uma gota, acendia mais uma luz, luz igualzinha a essa que acabou de se acender...
Maria
Enviado por Maria em 03/08/2011
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