Todo de Julho
árvore coberta de musgos,
atada de espinhos
que ontem feriram verdes,
e hoje secos, sangram
do ouro a cor.
mil labirintos
se perdem nos fios
sussurrando poesia
ao sopro
do vento do sul.
ao lado, a torre,
quatro sinos,
que calados foram
pelo tribunal
dos sem ouvintes.
não tocam mais
a aurora e o alvorecer
de tantos dias,
que passam indiferentes
ao silêncio, à vida,
e o riso de lágrimas
de amor
que orvalha a flor.
nem ao meio-dia
dobram os sinos
o seu cantar...
mas retumbam
na alma os sons
da eternidade
do amar.
e ela se emaranha
em fios
na árvore
- porque dela
é que vive -,
sua voz e todo
o interior
que agora se desmancha
em fios de musgos
e desejos de paz...
e se amaranha
em flores de ouro
e sinos prá tocar
ao amanhecer
de um dia
todo de natal,
- um dia de julho - !
Maria
Enviado por Maria em 19/10/2011