Mulher Sem Botas
se tens coragem,
caminha na minha
noite.
eu vivo lá.
escondida até
de mim.
pétula condenada
ao escuro,
rósea e plena
de dor.
só vivo, para segurar
a cabeça entre as mãos,
e pensar feridas
que a vida plantou.
- o vento vem e vai -.
passa e arde !
e o povo grita:
- lá vai
a mulher
sem botas;
andarilha e mendiga,
sem pátria e cor.
Maria
Enviado por Maria em 31/10/2011