Bicicleta de Cor
Não lembro que caminhei aquele tempo de araucárias e câmera na mão. Não vi as manchetes do cinema anunciando o filme da hora. Perdi uma janela para o céu pela minha pequenez. Nunca havia observado aquelas pessoas paradas na calçadas. Quando dei por mim já estavam lá, na parede do tempo de um calendário que nunca soube existir. Um ônibus antigo passa na rua de preto e branco, enquanto o homem espia a mala antes de ir. Para onde vai com seu olhar sério e compenetrado? Caminhar em meu espírito alvoroçado e questionador? Ou andar o mundo de estátuas e jovens rapazes sentados à beira do caminho? Tantas famílias, pessoas, casas e carros antigos desfilam na tarde de mormaço e reflexão. A vida se esconde num supermercado de louças enquanto o menino de suspensório e calças curtas, sonha de um dia ser homem em sua bicicleta de cor...
Maria
Enviado por Maria em 14/02/2012