Maria
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Rosto Enevoado
O rosto enevoado de tempo não vê olhos, nem mãos que laboram pedras e os pés sem sandálias de caminhar. Não anda sabendo o que se esconde atrás dos espelhos de janelas. Só refletem rostos e olhos fundos e penetrantes. Espio as marcas do tempo na face e percebo o olhar cansado dos ocasos da vida.  E minha vida? Para onde foi minha vida ? é a pergunta que ontem ressoava pelas ruas das primeiras páginas que estacionaram no tempo ou já não existem mais. Lá no alto, a névoa circunda a montanha silenciosa e cá bem perto, brancas asas descansam nos gomos de flores azuis de esperança. Mais uma vez a flor e a montanha se beijam saudades eternas. Enquanto um vai calado e cabisbaixo, o outro, de olhar distante, morre de esperas... É o ritmo da vida que circula a pé, nas bicicletas, de chapéu e pastas na mão. Perto do fim, flores secas sorrisam arco-íris na montanha escondida de névoa... O rosto enevoado de tempo não vê olhos, nem mãos que laboram pedras e os pés sem sandálias de caminhar...
Maria
Enviado por Maria em 17/02/2012
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