Maria
Prosa e Poesia
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Tapinha nas Costas
Não se deixe enganar pelos anúncios que gritam nos microfones das janelas do tempo. Nem se enrole com os amigáveis e engravatados tapinhas nas costas. Os que hoje te entregam um cartão, amanhã nem se lembram de alguma vez terem cruzado teu caminho. Veja que quase não olham para os que os seguem sem medir distâncias. Só querem saber de si e apontar o que os outros devem fazer ou por onde andar. Para isso criam leis que nem eles próprios conseguem seguir. E se matam de angústias porque o seu tempo está acabando. Profusos discursos se espalham às suas passagens. Um aglomerado e lá estão eles a papagaiar. Muitas vezes nem sabem porque estão ali. O que acontece. O que se passa. O que tem a obrigação de fazer. Só pensam nos honorários e na imagem que estão a construir. Não, não se deixe enganar pelos anúncios que gritam nos microfones das janelas do tempo. Nem se enrole com os amigáveis e engravatados tapinhas nas costas...
Maria
Enviado por Maria em 22/02/2012
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