Cortejos de Saudade
Do mais íntimo silêncio que me toma a alma, brotam cortejos de saudades, enquanto ardem tonéis de esperança sem fim. Minhas horas se iniciam num jardim a observar a escada onde descansam o homem e seu amigo cão. E, terminam ali, ali mesmo, no último degrau daquele caminho de paredes brancas. Não compreendo o que mais devo dizer. São dez janelas que não se abrem para mim. São dez horizontes que não posso contemplar. Enquanto uns discursam ou apontam caminhos e o que se deve fazer, outros, solidários, arregaçam as mangas para próximo. E o mundo não é assim mesmo ? É por isso que descansa o jardineiro. Seu dia de folhas e papéis também tem momentos de reflexão. Cavo fundo na busca de palavras. Não as encontro mais... Ouço só meu próprio silêncio. Que brota do mais íntimo da alma, onde se amontoam cortejos de saudades e ardem tonéis de esperança sem fim...
Maria
Enviado por Maria em 23/02/2012