Memórias de Solidão
Num travo do tempo me perdi em mim somente. Foi como enrolar a alma numa esquina do corpo e soprar dela qualquer existência de luz. Comi o amargo da vida e me desfiz em sal de lágrimas para as feridas que brotaram na pele do coração. Tudo porque me sobrou a escuridão. E dela grunhiram meus lamentos. Contudo, nesse tormento, não partilhei solidão. Fui buscar no âmago do ser, no poço mais fundo da alma, o amor mais lindo e mais doce e o entreguei numa bandeja de ouro. Com ele minha alma, meu espírito, meu coração. Meu gesto não foi sequer percebido. Foi o silêncio que o disse. Por isso, num travo do tempo me perdi em mim somente. Enrolei minha alma numa esquina do corpo e soprei dela qualquer existência de luz...
Maria
Enviado por Maria em 24/02/2012