Pá de Barro
Meu pensamento paira em branco gesso. Mesmo as folhas verdes não desviam o olhar. O nada da cor não há de ter significados. E por que procuraria por um ? A vida é melhor vivida sem eles. Não mais me forço a arrancá-los desse Novo Mundo. Que adianta fazer força para arrancar o que não pode ser arrancado ? Inútil exercício. Embora saiba que vida não fica parada na calçada a espera que alguém a leve pela mão. Para ser vivida, ela é. E eu também o sou, para viver. Lógica conclusão. Isso é coisa para se dizer ? Dever ser. Afinal não estou mais muda como por tantos séculos o fui. Minha voz floresce como a névoa que cerca a montanha. Ou se prateia em lua a roçar um céu anil de reflexão. São coisas que me cruzam e me levam á reflexão... Por isso cavo buracos profundos em minha alma. Lanço a pá e o barro sai guiado por sua mão. Como um poema que faz a alma flutuar...
Maria
Enviado por Maria em 25/02/2012