Olho prá você outra vez. E cada vez me pergunto mais: Que se esgueira de tuas terras ? Lágrimas sentidas de dor ? Que se passa em tuas entranhas, para estares tão triste assim ? Não sentes mais da rubra flor o amor ? Nem mais suspiros de jasmins? E esse olhar tão carente ? Que implora ? Que pede, assim ? Cuidados de um jardineiro ? Mais flores em teus jardins ? Tu gritas que a hora chegou, mas o relógio da matriz, só marca a hora anterior... Não vês teus próprios vitrais, pois vertem feridas teus cais... Tem saudades dos verdes vestidos, que já não te vestem mais ? Contemplo tua tez espelhada, quantos segredos em tuas águas... Compreendo o teu silêncio, ronronhando no telhado... Te tocam as asas da reflexão, sonhos de águas límpidas e vivazes, prá trazerem paz ao teu coração. Olho, olho e me pergunto: Por que não posso ver tua face, mas posso sentir teu coração ?