Canto Monástico
E nasce monástico o canto, num céu riscado por dedos de cinzas sombras. E nasce pequeno o canto, como as garras que se prendem nos degraus da escada daquela escada no jardim. E nasce faminto o canto, como o caçador que cava o mundo em busca de sua sobrevivência. Nasce assim: observando o observador. Como se naquele instante um mundo se desse a conhecer na iluminura do tempo. Mas ele se esconde por entre as ferpas esverdeadas da vida. Não pode ser visto pelas lentes listradas da mulher que caminha absorta pela rua. Os fios grisalhos permutando experiência. E o olhar longínquo apontando os caminhos para a maturidade. E assim, nasce monástico o canto. Os transbordos da alma gorjeiam o medo de se revelar...
Maria
Enviado por Maria em 26/02/2012