Maria
Prosa e Poesia
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Galhos de Lágrimas
É assim que me encontro. Mar de nuvens em ebulição. Uma lágrima grossa e teimosa escorre quente na face. Porque mesmo a névoa se dissipando, não compreendo o mundo e suas conjunturas. Eu sonhava com a revolução e no entanto passo o dia contando os tijolos da parede e alisando os cantos da vida. Atrás de mim, os vestidos da terra. À minha frente, a face que nunca vi e que me fez nascer fada no mundo dos eternos. Olho as janelas que passam silenciosas. A modernidade já lançou seus dardos sobre o mundo. De que me adianta levantar parabólicas e torres sem fim ? Sintonizo o universo nas janelas do tempo, mas não posso tocar os sonhos com as mãos, nem transformar a eternidade em 55 horas. Caminho os olhos pelo jardim. As lágrimas traçam galhos tortos pela face. Como as sombras que deslizam serenas sobre a montanha azul. Ela se esconde nessa limpidez. Só deixa ver um lado de sua face, o pico mais alto, os profundos laivos, as pedras onde nascem flores... as lágrimas traçam galhos tortos pela face...
Maria
Enviado por Maria em 06/03/2012
Alterado em 06/03/2012
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