Asas do Moinho
Na manhã de horas lentas, os pensamentos são clarões que se abrem ao vago e longe do tempo. Esfumaçam-se os acordos e se parte a ordem que tudo guiava e mantinha. Mas a dificuldade pode virar trampolim para os sonhos. São quarenta janelas na manhã. E uma sinaleira a permitir o voo das asas do moinho que já batem soltas. Mas, enquanto a poesia dormita, o poeta do barro constrói suas chaminés. Mas, é bom andar devagar nesta rua de trânsito calado e longínquo. Calçadas vazias também levam a algum lugar. Não é porque ninguém anda ali que o caminho deixa de existir. Ele está lá, num meio arco-íris de luz, flores e ramos bordados de rosa-branco da vida. É nossa visão que está fora de foco. Mal vê as flores que quaresmam e cortinam nossas mãos nas trilhas do tempo. São lições que a vida nos dá para aprender a aprender a viver. Por isso, a alma floresce num arco-íris de cores e as batidas do coração retumbam diante da beleza de um campo ciprestado e dourado de luz e a montanha de sonhos iluminada pelo esplendor do sol...
Maria
Enviado por Maria em 19/03/2012
Alterado em 19/03/2012