Retorno
Depois de muito pensar,
meditar, voltei.
Por mais um tempo.
Até a próxima decepção,
se não tiverem misericórdia
desta alma já tão cerceada
pela morte, por seu algoz
que a guarda bem cerrada,
ave já envelhecida,
que vive cem anos em um dia,
dentro de uma gaiola,
coberta por um manto de breu,
só pelo prazer de mantê-la presa,
imagina, e ainda se diz normal.
Tem cabimento?
Nunca ouvi coisa igual.
Mas deixa pra lá,
quem nasceu
para ser criada,
empregada, pisada
à senhora, dona, princesa,
rainha, nunca chega,
chega não...
Maria
Enviado por Maria em 24/01/2007