Maria
Prosa e Poesia
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Andarilha Interior
Caminho sem medo dentro
de mim e meu único pecado
deste lado do equador,
é levar comigo um espelho
e deixar-me nele refletir.

Esse é o meu mal.
Que não é o pior,
mas os outros pecados
nem que me quebrem,
me batam mais
do que já bateram,
não revelo mais,
de jeito nenhum,
é agora meu segredo,
sempre meu, nem mais teu,
de mais ninguém.

Levo de tudo um pouco
em minha mochila de viagem.

Claro que minha
bússola de mão
não pode faltar.

Ela mostra o norte de minha vida.
Para lá aponta.
E é para que eu vou.
E comigo vou.

Levo-me na garupa,
em franca corrida pelas
pradarias e campos de flores.

Levo meu coração,
minha alma, o espírito,
que é ele o aventureiro
que sempre me lança,
faceiro, até com um leve
sorriso, assim, meio brejeiro,
nestas andanças de luz,

pelo interior, sobranceiro,
da menina de tranças,
da mulher de esperanças,
que prá sonhar é a primeira,
prá chorar não fica atrás,

tem primazia,
até com fogo,
que arde,
machuca,
mas vive,
e como vive,
e trás boas novas,
notícias de hoje,
da Maria alvissareira,

pode ser prá você a segunda,
duodécima, vigésima,
décima quinta, sexagésima,
oitava, trigésima ou a terceira,
não importa, existo, vivo,
e vivo bem, com amor,
sou feliz, bem casada,
tenho filhos, amigos,
e no meu coração,
coração bem inteiro,
serei sempre a primeira,

primazia de rainha,
que só tem, eu, Maria,
dentro do meu mundo,
mundo real,
sem preço,
pra felicidade em família,
que ninguém compra,
nem com ouro, prata,
pérolas,
tantas riquezas,
nem com do mundo
todo dinheiro.
Maria
Enviado por Maria em 27/01/2007
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