Retalhos da vergonha
Não podia deixar de falar do que ainda queima aqui dentro.
As palavras parecem que frigem sobre o aço que derrete na lava incandescente do vulcão maria.
Sinto vergonha.
Sinto tanta vergonha do que falei que não consigo calar meu choro de dor.
Como pude ser tão leviana com minhas palavras?
Como pude ser tão insana?
Fui incentivada por estas palavras.
- Deixe o coração falar.
- Deixe a paixão brilhar.
- Suas palavras entorpecem os meus sentidos.
- Abra as cancelas da alma.
- Desamarre os nós que te prendem...
E então tentei ser essa mulher livre de laços e nós. Deixei a alma, o coração e o corpo falar, incentivada pela luz do sol.
E acabei passando dos limites da razão. Tornei-me vulgar, por não saber as medidas, os limites da paixão e por não entender você.
Sou um lixo mesmo.
Um rato que saiu do esgoto e pensou ser um lindo passarinho a voar no céu azul.
Não sei o que dizer diante do meu desatino.
Da minha loucura.
Da minha insanindade.
Com essas palavras e com um constrangido pedido de perdão a mim mesma, à minha querida mãe que me gerou com tanto amor, aos meus queridos todos, retiro-me para juntar no chão o restinho de dignidade que ainda possa existir em mim, para continuar minha vida viver...
Maria
Enviado por Maria em 31/01/2007
Alterado em 26/10/2009