Profundas Raízes
Como o tempo passou... Se fosse possível remoldá-lo com as mãos... A lágrima tremula nos olhos... Quantas vezes a vida foi bola na cara? Passageira sem destino, à mercê da embriaguês de estradas e decretos, ou, da displicente mão na janela... a segurar a porta fechada... Quantas vezes! E o gato no telhado...? O que espera? Acarícios da flor dourada de amor? Uma lenda herculiana de faces rosadas e olhos brilhantes a amar e buscar o distante? Difícil realizar o que lhe cabe, olhando de longe a montanha, sem sabê-la afeita a sorrisos de jasmins e apanágios de amor... Se ela falasse... Se sussurrasse sonhos, desejos, querer... Mas, não há como negar. É assim: O sonhos se fazem levar... como as folhas amareladas pelo tempo... nas águas da lagoa... Pare! Olha! Escuta! Atende a pergunta da flor: Também estás entre os que não podem deixar o mundo sem ouvir suas palavras ? Entre os que não podem morrer sem sentir o profundo beijo, fraternado de bençãos e chameios que fazem os eternos ? Podes responder? ... Porque a poesia tem raízes profundas. E, mãos sussurrantes de sonhos ainda sabem externar a alma. Ainda sonham estradas, revoluções... Caminho de deuses! A fada espia por entre a ramagem! Insaciável de luz, sonha! Ainda sonha...!
Maria
Enviado por Maria em 04/05/2012
Alterado em 04/05/2012