Luzes afanam minha visão
Luzes afanam minha visão
que se acautela diante do
desconhecido que agora palmeio.
Já não tenho mais certeza
de qual é o meu lugar
nesta história sem principio,
sem fim e sem meio.
Debruço meus dias
a somente esperar.
Esperar pelo que
ainda não sei,
talvez um momento
que me diga ou me fale
mais do que até agora já ouvi.
Se perdi o caminho do sol,
perdi o que nunca na verdade tive,
se ganhei, ganhei sem saber
o que tinha ganho.
O resgate de meu equilíbrio
se dá outra vez no átrio da dor.
Dor de ver suplantado o amor,
de ouvir versos cantados
para anjos e fadas
de olhos da cor do mar.
Ali, planando na angústia
de me descobrir fora
do mundo
encontrei a razão.
Saí da insanidade
em que pairavam meus dias
para o campo de batalhas.
Lutar por mim,
para erguer-me
aguerrida
sobre as cinzas
que restaram de mim,
do jardim,
e da chave trancada
de meu cantinho de reflexão,
e partir avante,
para uma nova investida
em minha própria vida.
Esse agora é o meu alvo
e dele não vou mais desistir.
Maria
Enviado por Maria em 05/02/2007