Só assim para que seja possível à duas gemas da mesma alma se desencontrarem no tempo da vida: aprontando as malas e fugindo de si mesmos. Mas, o tempo é sábio e sempre que uma pedra rola a montanha ela se recompõe e outra, naturalmente, surge em seu lugar, apontando as linhas e coordenadas exatas para se chegar ao Cais do Coração. As latitudes e longitudes da alma desenham mapas que apagam prováveis desavenças e malícias do tempo. Por isso é tempo de deixar de lado a indiferença ou a acomodação dos “sem-sentido”, e reconhecer que são esses entreveros do cotidiano da vida que nos permitem dizer: existimos! E não vivemos apenas das sobras de tempo, mas sim do inesquecível que está em nossas mãos, é só abrí-las e beber o cristalino frescor que escorre da palma, em doação. Sim! É tempo de se alegrar com a palavra que chega, com a vida de achados e descobertas, de correr atrás do vento e procurar o sol... é hora de viver os sonhos que já fincaram coordenadas no horizonte do tempo...