Maria
Prosa e Poesia
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Bastião e Mariazinha XII
Parece que o tal do Bastião não tem jeito.
Vive ocupado, agenda cheia – sem tempo,
Enrolado no trabalho, problemas de montão.
Prá mulher não tem mais tempo – não,
Nem falar com a coitada ele fala,
Passa rápido e avisa onde vai: - Vou prá cidade,
Depois a gente conversa mais – volto em breve...
E volta? Volta nada, volta nunca, volta não!

A pobre da Mariazinha fica sozinha dia e noite,
Triste, acabrunhada, derrama lágrimas de montão,
Esperando o Bastião voltar, pois: - Me espera, disse ele.
E ela espera – dele? só silêncios – de causar estragos...
Como as perdas e danos causados por raio e trovão.
Não telefona, não deixa recado –  não diz quando vem...
Ah! Sim – minto – no celular já enviou mensagem: estou na rua!
Informou latitudes, longitudes, mas dele? Dele nada, não!

Mariazinha vive se aproximando: quer saber, estar perto, junto.
Ele a abraça e até brinca: - E você? Deve estar cheia de perguntas...
- Não se preocupe, diz. Estarei para sempre em tuas mãos!!!!
Nem bem acabou de dizer e se vai porta afora - some no mundão.
Quando o danado fica em casa, tudo é igual, mesma situação:
Bastião ouve rádio o dia inteiro, conserta caixa de som,
mexe em tudo que é aparelho... TV, MP3, receptor da SKY, HD.
Vive fuçando no computador – de chave de fenda na mão.

A mulher não entende nada disso – e fica de escanteio...
quietinha esperando...o malandro... dela se inteirar.
Afinal, são quase sete milênios casados – tá na hora
De o Bastião tomar tento e à sua mulher mais atenção dar.
Claro, eu sei, ele não vive sem ela... a ama com paixão...
Apaixonado, a chama de querida, enche de beijos, abraços...
pede que ela o alimente com palavras de amor...
Depois, julgando-a feliz, satisfeita, ruma para o computador!
Maria
Enviado por Maria em 17/01/2013
Alterado em 17/01/2013
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