Dialogando...
Talvez o que foge da alma seja mesmo um grito, um pedido. Um pedido de clemência para cessar o apagar, a queima dos pavios de sonhos que acendo em mim a cada raiar de um novo dia. Talvez seja um pedido por um sonho, que eu sei, nunca me caberá viver. E talvez seja verdade que nem eu saiba o que é que verdadeiramente clama dentro da alma. São coisas humanas, bem humanas que eu sinto e que se perdem em mim, nos caminhos entre o ir e o vir de mim mesma. É uma angústia sim. Que nasce com as perguntas e desaba antes de qualquer resposta surgir. Essa angústia vai até as profundezas da alma, o âmago do ser. E ali finca raízes que não param de crescer e derramar trilhas, em todas as direções de mim mesma, formando um abismo interior, onde as coisas que digo vão desabar. Um abismo profundo, um calabouço escuro e sem fim... onde me escondo. Onde me deixei levar e dele não sei se consigo sair. É a tal da concha. Aquela em que me encontrava e para onde corro para me esconder, refugiar, quando o mundo fica pequeno para tantas perguntas e angústias pessoais...
Maria
Enviado por Maria em 31/01/2013
Alterado em 31/01/2013