Maria
Prosa e Poesia
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O céu descambou
Tomei com as mãos
as sobras do vestido
e as ergui para poder
alcançar alturas maiores.

Os pés descalços doíam
na fricção contra o solo negro.
Ouvia agora bem próximo
a mim o ressoar dos trovões.

Minha alma tremia.
Os relâmpagos ofuscavam
meus olhos e meu pensar
já tão confuso.

A névoa agora misturada
à escuridão me envolvia por inteiro.
Sentia-me perdida
nada vendo a minha frente.

Pensei em parar, desistir,
mas o medo de me perder
no tempo empurravam
para frente.

Então ela chegou...

E num explodir do último trovão
a água desceu do céu
com tal força que seus grossos
pingos quase perfuravam meu corpo.

Meu vestido grudou nele.
A água escorria por todos os lados.
Os olhos nada mais podiam ver...

A tempestade interior chegou
com força total aniquilando tudo
o que via ao redor...

O peso da água em meu corpo
cansaram os pés descalços.
O céu descambou sobre a terra.
E o dia se fez noite...dentro de mim.
Maria
Enviado por Maria em 06/04/2007
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