Na verdade cada um de nós
só tem uma vida.
Se essa morrer
não há mais o que fazer.

Ninguém renasce outra vez.
Não tem mais como nascer.
É o fim da vida.

Olhando sob esse foco
para os sentimentos,
vejo que é diferente
e sinto que já morri uma vez.

E faz muito tempo.
Era eu a morta da página.
Era eu a morta que assombrava
os sonhos do jardim.
Era eu que para o poeta
já era tema de rara valia.
Como é que não compreendi isso antes?

Levei o tempo de vida do meu País,
um gigante adormecido,
para compreender que
já não precisava mais morrer...

Já morri uma vez...