Maria
Prosa e Poesia
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Textos
Desculpe meu jeito de ser
Desculpe meu jeito estúpido de ser ...
Desculpe minha explosão, minha confusão.
Perdoa minha insensatez, minha irracionalidade.
Não quero ser assim, não quero ser assim e agir como criança, embora
ache que sou uma.
Não sei porque sou assim, reagente e com uma criatividade tremenda de ver coisas onde elas não existem. Ou talvez existam e não quero
vê-las. Uma contradição eu sei.
Mas e eu? Não sou uma contradição em pessoa? Talvez tudo isso
aconteceu porque na verdade, no fundo, no fundo, eu me vi ali.
Enxerguei-me na inconstância, na confusão, no caos e na escuridão de
vida. Vi-me na alegria de viver, na força de lutar, na sensibilidade
de curtir pequenos momentos como uma chuva fina e mansa que cai num dia frio. Vi-me família, amor e paixão.
Enxerguei-me amando a natureza, passeando por ela e vivendo a vida
despreocupada, cheia de amigos de verdade, que se importam e que amo demais.
Em alguns momentos a memória me trouxe lembranças vividas por mim, com frases, palavras que quase podia sentí-las em mim, ouvir o tom em que foram faladas.
E te vi ali também. Vi sua dor, sua solidão, sua tristeza, seu amor,
sua bondade, sua ternura. Vi sua força, sua determinação, sua
vontade de vencer tuas lutas e buscar a vida verdadeira.
Vi teu passado, tua vontade de morrer. Tua vontade de sumir, vencida por tua força, tua coragem, tua abnegação. Vi teus princípios, teus sonhos, tua vontade de viver o amor completo e que preenche todos os vazios.
Vi você lutando contra ele e depois admitindo-o, mas vi seu medo de se entregar.
E vi todas minhas amigas que visito todos os dias. Vi o que elas me
contam quando as visito.  Vi suas lutas de mãe, suas lutas com as fainas do dia-a-dia, suas tagarelices no msn, sua gravidez, o trabalho cuidando das contas de uma empresa.
De outra vi o vestibular, a visita da afilhada. Enfim, seus tempos
visitando uma àoutra o dia inteiro.
Enfim, por ver tudo isso, não vi o óbvio. Deixei de olhar para o que
deveria ser olhado de verdade. Deixei de ver que responde ali minhas perguntas, que ali está tua mão estendida e que esse lugar é na verdade um desejo meu.
Um santuário. Um lugar de perenidade de vidas.
Descobri ali todas as estrelas do jardim. Até aquela que já morreu. E tenho medo de que seja a próxima. E tenho medo de que sempre terei de compartilhar com outras o meu espaço, o meu lugar.
E sabe, vendo tudo isso deixei de ver a mim mesma. Deixei de crescer e viver o meu dia para viver a vida dos outros.
E ao fazer isso feri e machuquei. Até quando reagi a mim mesma.
E sei, é esse o lugar que devia procurar. E lá encontraria a lua.
Hoje vou lá. Como sol que sou, falar com a lua.
E espero que a lua fale comigo hoje naquele lugar.
E hoje olhando minhas próprias canções percebi que é isso que quero
dizer.
E quero hoje ter um dia feliz. Só hoje, um dia feliz.
Maria
Enviado por Maria em 02/05/2007
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