Meu Entardecer
veja só, onde estou agora.
sem nem coragem de colocar
o pé para fora de minha própria casa.
nem olhar pela janela
do tempo consigo mais.
tenho medo.
medo de encontrar
quem queria e não saber nem
o que dizer, tamanho o vexar
por me deixar levar
pela minha imaginação.
cruel imaginação que cria
e dá vida ao nada e do nada
faz o tudo, que se reduz
- em segundos -,
ao pó que
a terra há de sorver
sem misericórdia.
não tenho mais
meus brinquedos,
- nem o manual deles
me trazem de lá -.
por isso, não sei como fazer
para terminar minha maquete
que a tanto tempo estava
construindo.
como continuar
se não há mapas,
nem bússola de mão,
nem mesmo um vizinho
onde possa perguntar?
e o amigo,
cadê?
o anjo apaixonado
se deixou também
fenecer.
e sinto,
parece,
e assim digo:
- tudo se transformou
no meu entardecer...
Maria
Enviado por Maria em 13/05/2007