A vida parece ser construída de perdidos e achados. Todo dia tem alguém perdendo alguma coisa. Alguns perdem parentes, familiares, amigos. Outros perdem empregos, casas, carros e até o bombril de fazer brilhar as panelas do fogão.

Uns perdem títulos, coroas, fortunas, outros alguns vinténs. Existe alguns que perdem a consciência , outros a total decência.

E também tem aqueles que se perdem de si mesmos. Aí a coisa fica difícil, porque é fácil se achar quando a gente ainda se encontra, mas quando nos afastamos de nós mesmos, fica complicado, muito complicado. Dias atrás ouvi de um homem que se perdeu dele mesmo. E corre de cá, corre de lá, e o tal homem não se achava mais.

Ficou flutuando no nada, como uma nave espacial completamente solta no universo de luzes.

Um pontinho perdido na imensidão do vazio. Complicado, muito complicado. E de quebra, dizem que o tal homem perdeu até o ano passado. Foi-se. Assim, assim... como se 365 nem tivessem passado. Perdeu tudo. Não ficou nem um dia pra contar a história. Tudo lá... perdido no passado do homem que agora pedia por um ano novo. Mas como ganhar um ano novo com seus 365 dias se perde todos os dias mal passa 24 horas com ele? É um dilema que nem a maior sabedoria do mundo dos espertos saberia resolver.

Por que perdemos todos os dias mal se passam 24 horas? Alguém sabe por que? Alguns dizem que não perdemos nenhum, mas que ficam pra somar em nossos anos de vida. E quem quer fazer aniversário com um peso desses pra carregar? Mais um ano pra somar aos 70 que a gente já tem? Reconhecer que está ficando velho? Complicado, muito complicado.

Ah! Eu não tenho problemas com isso. Já somei tanto anos que perdi a conta. Falar em perder... era disso que estávamos falando. Das perdas e ganhos da vida. Sabia que todo dia tem alguém perdendo alguma coisa? Pois é.

Acho que acabei de me perder no que estava escrevendo. Não acho mais o fio da meada do que queria falar sobre os perdidos e achados que achei hoje em nosso espaço... Coisa de se perder... ou seria de de se achar???