Tem passado tanta coisa na minha cabeça. E quero escrever mas tenho até medo, porque são coisas que me atravessam a alma, mas me assustam por não reconhecer que isso possa vir de mim. Também penso que às vezes me perco de mim mesma e me deixo levar pelos sonhos.

Mas... nem sempre acredito neles. E, como os desconheço pela falta de fé, me sinto fora de mim, em lugar nenhum... É a dialética da vida, a contradição que às vezes a gente não entende. Que eu não entendo sempre. De sentir-se fora de mim, mas saber-me dentro, tão profundamente dentro de mim, que não me reconheço no lugar onde estou.

É isso que tento explicar, mas, como explicar algo que nem eu mesma entendo? Como explicar o que a gente sente e não compreende? A gente se vê perdido, mas está se encontrando, tão dentro, tão dentro, tão profundo na alma, que acha que está fora entende? Talvez esse sentimento se dá em mim porque me perco no desconhecido dentro de mim mesma, naquilo que ainda não conheço de mim mesma.

Eu vejo isso quando escrevo como escrevo agora. Eu escrevo e sei que fui eu quem pensou e escreveu aquilo, mas quando a palavra vai para o papel é desconhecida de mim como se eu nunca a tivesse visto antes, mas eu sei que aquilo lá é eu por dentro, no avesso de mim, tão profundamente eu que até acho que não sou... Acho que preciso me olhar mais de perto... porque sou uma desconhecida.... desconhecida até de mim...