Maria
Prosa e Poesia
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Lonjuras da Mente
Cansei. Cansei... Estudar dói.

E a dor é palpável. Parece que posso pegar. Tão real... Como se me envolvesse a mente uma cortina de cimento duro e seco fazendo barulhos fumegantes e faiscantes como raios, relâmpagos de mil trovões. O som é ensurdecedor, enlouquecedor. E nada parece ficar na mente. Nada! Nem Bourdieu, Hobbies, Maquiavel, Dahl, Dürkheim, nem Berlin, nem Weber.

Não!!!!!! Nenhum deles se fixa, se cola na mente. Assim que falam, suas vozes já se esfumaçam pelos ares... ou somem... como se um buraco negro morasse dentro de mim... Por isso...

Desejo me acolher em novas cores. Ficar longe das intelectualidades que já se misturam num caleidoscópio de luz.

Uma coisa é uma coisa e outra é outra, mas de tanto dedilhar linhas e palavras tudo parece igual, mesmo que não seja. Vai entender os caprichos da mente.

Em meio ao borbulhante e a insensatez dessa loucura de tantas folhas, não percebo mais os detalhes, as diferenças.

Tudo parece irreal, e tão concreto que sinto poder tocar a dor e o cansaço do pensar... Indescritível a sensação de impotência e desespero de não conseguir segurar o desfilar do conhecimento.

Me escapam saberes por entre os dedos do espírito. Como água escorrem para o fundo da mente... para um poço, abismo escuro - buraco negro e sem fundo - onde não os posso mais achar....

Desejo me acolher em novas cores... numa poesia, num poema de seda e nuvens... voltar aos meus pra dentro e descobrir que tudo está lá... como se sempre ali tivesse existido...  
Maria
Enviado por Maria em 06/07/2014
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