Abri cancelas que devia ter mantido fechadas. Empolguei-me em meus próprios sentires e permiti que galgassem o vento. Foram-se qual pólen e espalharam-se em sementes sobre a terra inóspita. Morreram minguados em silêncios tão profundos que feriram a alma. Agora o tempo é de lamber feridas, amainar a dor e impedir gangrenas das cicatrizes bem fincadas. E a vida? Mesmo o revés ela segue. Agora sem concessões para novas permissões. Já fechei tramelas e instalei cadeados interiores. Desse calabouço gradeado nada mais fugirá. Simples assim: quem mandou abrir cancelas que devia ter mantido fechadas...