Trigo Abandonado
Quando estamos magoados, machucados, feridos... quando somos pisados em nosso espírito, no que temos de mais precioso, de mais belo, de mais intenso que são nossos sentimentos: o carinho, a amizade, o amor... quando cravam chagas profundas em nossa alma... somos tal qual pássaros feridos, desasados e abandonados às vergastadas das tempestades que a vida nos assola... nos encolhemos de frio em um canto de nós mesmos e espiamos com medo o mundo fora de nós... somos tal qual haste de trigo que a roda do tempo amassou... tudo acaba, não há mais sentido em continuar... mortificados de dor nos deixamos largados ao chão de nós mesmos... e nunca, nunca mais se verá, ou se ouvirá, ou mesmo se sentirá... um sopro sequer do respirar de vida daquela semente que no dia do tempo do tempo... o ceifeiro no campo abandonou... rejeitou...
Maria
Enviado por Maria em 28/08/2014
Alterado em 28/08/2014