Compreendendo o Improvável
Quando vejo o terno deslizar da canoa nas águas do rio, eu sei que, mesmo sem estradas ou mapas, o pescador sabe para onde vai. Porque existe sintonia entre os sonhos do pescador e o expungir das águas sob a madeira de sua canoa. Quando eu olho as águas do rio elas me falam de suas profundezas... de mistérios e segredos bem guardados no interior profundo e calado... Quanto olho as águas do rio eu sinto o suave sopro dos ventos em minha caravela, a brisa a balouçar a lamparina incandescente e a silhueta singela do céu de estrelas refletidas sobre as águas... Talvez seja assim que o amor se revele. Em translúcida beleza... na naturalidade da existência das estrelas que se espelham no chão puro e quente das águas... É esse amor que carrego em meu peito: o amor que torna inútil nossos questionamentos, nossos porquês... que compreende o improvável, que aceita o impossível... o amor que se acende em luzes de ternura... à espera de um beijo... quieto e doce...
Maria
Enviado por Maria em 07/09/2014
Alterado em 07/09/2014