Cais de Maria
Não, não sou uma Maria só...
Porque tenho um cais para atracar.
E mesmo que não tivesse, meu coração
conhece seus próprios mares e sabe
me conduzir em ventos seguros,
ou... mesmo os tempestuosos.
Eu que me desespero, às vezes.
Porque não consigo mais ver o sol.
Nem sinto mais o calor
de sua luz acarinhando minha pele.
É como se a grande estrela
tivesse se extinguido...
Desaparecido do universo
de luzes para sempre.
Então a alma cai feito pó.
Desaba dos céus até o inferno.
E arde em agonia dentro
de seu próprio fogo e caos...
Penso que a dor é um caldeirão
fumacento e fervente,
em que tudo
se revolve e vem à tona...
Fazendo de nosso coração
um magma delirante,
a nos engolir, sufocar...
exterminar
pura e completamente.
Mas, a vida continua...
Com certeza !
E nos surpreende
com um poema na manhã...
Agora eu sei:
não sou uma Maria só...
Tenho um cais para atracar...
Maria
Enviado por Maria em 15/09/2014
Alterado em 15/09/2014