Crepúsculo no Peito
Espio o crepúsculo em meu peito.
Os olhos semicerrados refletem
meu devaneio e a solitude da alma.
A mão trêmula toca feridas vivas.
A dor anestesia os sentidos...
Como ficar onde nunca estivemos?
Como ficar onde não nos plantaram lugar?
Quantas vezes fui sem haver retornado?
Nenhuma voz do Senhor das Profundezas.
Nem palavras, mas... gestos negados...
As estações se inverteram em meu peito.
O inverno é a florescência que contemplo
no entardecer de pétalas mortas em meu peito.
Maria
Enviado por Maria em 28/09/2014