Catre da Solidão
Eu sempre soube que tudo na vida é efêmero... Mas, não o é... o nó de pedra e pó nascido dentro do peito... São eles que formam meus desertos de areias escaldantes a espelhar sonhos de oásis desfeitos. Concluo, entristecida, que não me é mais permitido fazer parte dessas paisagens. Meu exército sucumbiu fragilizado. Pereceram os soldados que erguiam minha bandeira. Um a um caíram na ampulheta desta guerra que só não conhece os de coração indiferente. Fui atingida aos desmandos de meu próprio comandante... Tornei-me cativa de minhas derrotas. Condenada a viver no gradeado de minhas impossibilidades... Aguardo agora o derradeiro julgamento: condenada ao catre da solidão, calabouço eterno de silêncios...
Maria
Enviado por Maria em 07/10/2014
Alterado em 07/10/2014