Maria
Prosa e Poesia
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Textos
Plantando Silêncios
Como diz meu amigo, o poeta Joaquim Moncks, poesia é diálogo, é troca, é confraternidade... Quantos pensamentos rodam a alma? E quantos nos rondam o espírito diante de uma linda poesia, de um texto bem escrito? Seguem alguns que ultimamente me atravessaram a alma ao ler os poetas e suas lindezas:

A tristeza também tem beleza quando nas linhas de um poema.

Somos pequenos grãos de areia neste universo de letras.

Na minha solidão e dor... sobrevivi porque contei com Deus.

Quantas saudades doem num olhar de portal e retrato? ... em cada palavra uma saudade, em cada verso uma dor pungente... que não sara... mas faz brotar feridas de poemas...

A melancolia e a tristeza também tem beleza. Talvez só os poetas conseguem perceber, mas... há beleza numa lágrima que cai deixando em seu caminho um rastro de limpidez. Por isso, há um choro em tudo. Por isso chove... Chove até dentro do peito... É necessário... Após a chuva a visão desembaraça... É mais fácil decidir horizontes com os olhos limpos da poeira do caminho...

E na ânsia de nossa transmutação, quantas vezes entornamos o cálice da vida e degustamos o lodo no lugar da seiva pura e fértil que nos foi preparada... Há também aqueles que o preferem às sementes de ouro oferecidas...

Ainda bem que há finitude na voz do carrasco... Significa que há bem mais que a dor, o sofrimento atrás da porta da vida, bem mais, muito mais... o que é perceptível nas reticências finais do dia...

A proposta implícita de continuidade exprime a certeza: só os loucos sabem o que é um instante de sanidade... Ainda bem que os poetas são loucos.

... queria ser uma ave. ...um condor que galgue os longíncuos céus de esplendores... que voe galáxias e universos, até se encontrar com o silêncio do rufar de suas próprias asas... o som de um poema... a alma em criação... onde o tempo desvela todas as coisas...

O insondável só é perceptível ao olhar atento e sensível, capaz de perceber as nuances do tempo do tempo.

Problema não é ver um outro no espelho. Problema é descobrir de que lado do espelho nós vivemos mais... se fora ou dentro dele...

É a dialética da vida. Para uns, cataventos brilham no horizonte, enquanto para outros, sãos espadas que rangem no infinito dos céus...

É verdade. ... o tempo de dentro é tão contrário ao que dizem do tempo de fora. Quantas vezes minha alma se iluminou enquanto ribombavam tormentas nos céus ao redor, e quantas vezes decaiu seu semblante e viveu sua mais tenebrosa noite enquanto diziam que era dia e o era maravilhoso...

Geralmente é assim, descontamos nossas frustrações em quem é mais próximo - não que isso justifica, não justifica, mas explica...

..às vezes uma conversa franca reencaixa os caminhos, mas, precisamos saber se a via do diálogo é melhor... ou a do silêncio e martírio...

... Não há necessidade de justificativas na busca mútua da plena realização dos sonhos e desejos tão intrínsecos a uma relação entre duas pessoas.

Os rótulos que me jogaram quebrei. E as etiquetas que me amarraram... aos poucos se dissolveram.

... o som do perfume emana poesia da alma em criação.

Brava... sou mortífera... morro mergulhada em meu próprio veneno...

Ainda bem que não houve tempo para o conhecer desse meu lado raivoso de ser...

Me afogo nas brumas de minhas próprias cisternas...

Parece que nada sabemos sobre o próprio coração. Parece sempre que os outros sabem e o conhecem melhor do que nós mesmos. Dão conselhos, opinam. Decidem por nós... Sabem exatamente o que precisamos fazer para seguir em frente... sem nem ao menos nos perguntar se é isso que realmente queremos para nossa vida. Se é essa a decisão que tomaríamos para nossa vida. Isso é um ultraje. Subestimam nossa capacidade de compreender nossos sentimentos.... Subestimam nossa capacidade para tomar nossas próprias decisões...

Em cada palavra a pureza e a humildade do "eu" submerso em reflexões...

O poeta costura as plumas de cada linha com dedos de pianista. E a melodia se forma no tecido aveludado das palavras.

Não quero partir. Minha alma se cala diante do futuro. Não quero partir. Não. Preciso de tempo para me desvendar. Para desvelar ânsias e sombras que balançam o interior em ebulição... Por favor, não me deixe partir...

São as digitais das pessoas que nos tocam que não se apagam mais de nossas vidas.

Dentro das possibilidades, olhando-se as probabilidades, conferindo-se
as circunstâncias eu mesma me surpreendo de minha força.

Quem vai acordar minha alma que dormiu?

Acho que tem um tempo em que colhemos silêncios e outro em que plantamos. Meu tempo de plantar chegou...
Maria
Enviado por Maria em 15/10/2014
Alterado em 25/10/2016
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