Companheira de Ausências
Só eu sei o que cabe na minha noite. Aportei em cais e precipícios desconhecidos. Arrancaram minhas âncoras e meu olhar escureceu. Meu canto se desgastou ... Minha alma dorme fragmentada em milhares de cacos de si mesma. Derrubei minha nave de sonhos e tristes andorinhas voam sobre minha lápide. Minhas noites de deserto revelam um olhar tosco e esfarrapado para a vida. Não ouço mais o marulhar do mar, o silvo do vento. Não sinto mais o cheiro das folhas e dos jasmins noturnos. Esgotaram-se os encantos da noite. Pra não viver só... durmo com tuas ausências...
Maria
Enviado por Maria em 25/10/2014