Para Você V
Como se esquecer daqueles sonhos nos quais plantamos nossas esperanças?
Criaram raízes, estão cravados profundamente, assim como uma adaga que não se pode mais arrancar do coração.
Que é esse grito que ouço?
Um sinal de contradição de minha voz? Um apelo? Uma resposta?
Um grito que me diz que ainda sou ouvida e me arranca outra vez de mim mesma?
O amor que nos une é daqueles que nos fazem acreditar no inexprimível.
Triunfa sem sequer dar-se ao trabalho de conquistar a terra prometida, inconsciente das rupturas que causou no tempo, das tragédias que fez explodir por causa de mal entendidos, dos destinos cujo curso mudou para sempre.
E essa expressão de paz e caos, ao mesmo tempo sonhadora e fascinante que o peito sente?
Como se, descobrindo um aspecto inusitado da criação - dos inversos que se juntam, dos contrários que se atraem, dos polos que se tocam -, se interrogasse dos caminhos desconhecidos mas cheios de encanto em que se embrenha o coração que ama tão forte, tão apaixonado, tão amante... como nunca ainda sempre amou...
Maria
Enviado por Maria em 28/10/2014