Para Você XVII
Lembra-te: a dor e o sofrimento não são o que resta para a alma peregrina sobre a terra. Há muito mais a se colher no âmago dos horizontes e as sementes ainda se deixam levar pelas ondulações do vento. Se há dor… a alma a suporta. A dor... é filosofal. Depois do fogo, depurados, compreendemos melhor que as agruras da vida são a força e a seiva que circulam em nossas raízes…
As névoas que habitam por vezes nossas vidas, são tênues chumaços de luz do céu, onde Deus nos envolve com seu amor. São espaços do tempo, para meditar e mais uma vez descobrir: a certeza das respostas das perguntas, está no amor, que move nosso coração para a verdadeira plenitude da vida: só Amar!
Nunca tenha vergonha de ser quem você é. Nem nunca se ache impossibilitado de amar e ser amado, por não saber lidar com o que sente teu coração. Esse é, o destino do homem: - amar e viver desse amor -, e foi para isso, que ele, como menino e homem, nasceu duas vezes no colo de uma mulher de amor.
Esquece a vontade de morrer e apaga a textura do medo de viver os sonhos, de teu coração. O tempo urge, e se o hoje não for feito, amanhã poderá ser tarde demais. Sempre é tempo de voltar caminhos, ditos sem volta, contornar estradas de dores e achar novas trilhas para um novo começo todo de esperança e realizações.
Seja sempre você mesmo. Homem de dizer e plantar palavras de amor e esperança, em terras longínquas, em deserto árido e repleto de cardos. Erga teu ramos por sobre os muros que separam, resplanda a copa de tuas folhas em flores perfumadas e doadoras de sementes que garantam a perenidade da vida. Estenda teus ramos por sobre os telhados dos que te rodeiam e semeie vida, alegria, cor e esperança. Seja homem plantador de sonhos, para fazer acreditar aqueles que perderam a fé, e acordar os que dormem de olhos abertos para o mundo que continua a caminhar.
Não se estranhe com as nuances do tempo e nem com as intempéries da natureza. Nem tenha medo da noite que todos os dias avança sobre nós. O sol nasce e morre. As estrelas acendem e se apagam e a lua caminha silenciosa a sua noite. Os pássaros gorjeiam durante o dia e à noite se aquecem em seus ninhos de vida. Um dia é um dia e não volta mais. Ficam apenas lembranças e recordações. Boas ou ruins, fazem parte, e, por mais que se queimem fotografias, rasguem-se cartas, o coração não apaga imagens e vivências de ontem. Mas, não vivemos mais no ontem. Nem o somos mais. Somos hoje e nossa esperança é renovo de nossa felicidade. Deixa nascer este renovo em tuas terras áridas e abandonadas deste ano sabático que parece nunca terminar. Deixa nascer a semente e uma nova história. Faça de cada dia um início, de cada dia uma nova canção de amor.
Maria
Enviado por Maria em 24/11/2014