Feitura de Mulher
Quanto tempo, quanto tempo, refugiei-me no silêncio dos ferimentos recebidos... Recaída em melancolias e angústias, como se despertasse todos os dias a bordo de um precipício... Envolta em neblina de raios de tempestades. Desejando morrer para não ter mais de viver vendo os sonhos ruírem... Quanto tempo, quanto tempo... E então, do fundo escuridão ouço uma voz. Triste, ela mede o que falta e não descobre o que possui, o que tem, e o que mais poderia ter... Se me fiz perguntas? Todas elas. Essas, essas mesmas que eu faria. Se tirei conclusões? Com certeza. As mesmas que eu tiraria... Então sou mulher assim... hoje, não olho mais o que não sou... mas sim o que sou... que eu importo. Hoje, vejo mais as entrelinhas da vida, caminho mais nas pausas e reticências... Afinal, é assim... feita de entrelinhas, de pausas e reticências que eu, Maria, sou...
Maria
Enviado por Maria em 26/11/2014
Alterado em 26/11/2014