Penso que o sentido da vida está no balançar-se entre o ser e o não ser de nossas angústias existenciais. Enquanto tivermos perguntas, enquanto permanecermos na busca penso que haverá sentido para a vida. Porque são as perguntas que nos mantém a remar, são as perguntas que nos mantém a buscar. Quando e se encontrarmos as respostas de nossas perguntas não haverá mais sentido para viver... Também tenho inquietações e angústias. Também sinto intensamente as pessoas, as coisas do mundo, os acontecimentos ao meu redor. E também penso que o sentido da vida está no se permitir viver cada emoção com intensidade, naquele momento único em que acontecem. Me perguntaram: e se esse momento for de dor, dor da perda de alguém, de alguém muito precioso à minha vida? Respondi que também quero viver essa dor, porque é ela que me diz a intensidade do sentimento que tenho por esta pessoa e a preciosidade, a importância, o tamanho do significado que essa pessoa tem para mim. Na vida temos momentos de extrema felicidade e outros onde a dor parece arrancar a alma de nosso corpo mutilado e esfacelado por ela. Se hoje alguém me perguntar: você é feliz? Responderei: não, não sou feliz. Eu tenho momentos de felicidade!