Tempestade Interior
Existem horas (e horas que não passam) em que tudo sufoca a gente. Nessas horas não adianta respirar fundo, não existe concentração, não há possibilidades de ventos de calmaria. A vontade é explodir e deixar escorrer pelo asfalto da vida o interior em ebulição. São momentos em que bate a dor da perda, a tristeza das ausências de pessoas queridas e amadas em nossa mesa de amor. O peito é vulcão de sentimentos, é absurdo de sentimentos, é mar de dor da vida. Hoje não sei como expressar o que sinto, o que quero dizer. Penso que jamais existirão palavras para expressar os rasgos do peito que já se transformaram em chagas cancerígenas na alma. Nessas horas, de mergulho no absurdo das profundezas da alma, só cabem laivos do mar dos meus pra dentro escorrendo pela face pálida, lábios trêmulos acolhendo essas águas e o silêncio profundo e rouco que antecipa o estrondo do desencadear da tempestade interior...
Maria
Enviado por Maria em 05/03/2015
Alterado em 05/03/2015