Fim
E que toquem loas ao pássaro perdido e triste da manhã. E que aplaudam de pé a sua dor. Que se façam sangrias de suas feridas e as esparramem como pó sobre as terras que ele nunca pisou. Ergam os cálices de sua libação em um pedestal de espinhos para que todos vejam o prêmio da completude de sua entrega e compreendam o motivo de sua desolação e morte. Que seja anunciado em todos os recantos de vida que jamais outra vez alguém ouvirá brotar um canto do silêncio de sua voz. E que no dia de sua vindoura e derradeira partida, o carcereiro de sua vida, e agora guardião de sua tumba, apregoe ao mundo: hoje morreu meu pássaro mais querido, aquele que de seu amor fez eterna poesia na minha vida!
Maria
Enviado por Maria em 02/04/2015
Alterado em 02/04/2015