Maria
Prosa e Poesia
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Castelo de Dor
Uma ferpa calada abraça o peito no silêncio sepulcral. É possível ouvir o respirar do coração. E sentir as entranhas da alma em ebulição. Uma ferpa de dor abraça o peito. É como se a vida não fizesse juz a verdadeira história... Como se tudo tivesse ruído como ruíram povos e terras no passar da carruagem do tempo. Que tenho eu com este castelo? Que tenho eu com ele? São as mãos que o fizeram que me comovem. São as mãos que sangraram e choraram adormecidas de dor que me tocam a alma. Quase posso senti-las no silêncio sepulcral. Quase posso senti-las. Quantas mães choraram seus filhos mortos e perdidos neste lugar? Quantas mulheres enterraram seus homens enquanto subiam as paredes de pedra em direção ao céu? É com essas lembranças que me apego. Com essa história que ninguém conta que deixo doer o peito... É com as pessoas que ninguém vê ou ouve que me abraço e choro... choro as lágrimas que elas mesmas derramaram, que ninguém ousa hoje ver, mas que ainda descem corridas pelas paredes escuras de um castelo do tempo...
Maria
Enviado por Maria em 20/06/2015
Alterado em 20/06/2015
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