Maria
Prosa e Poesia
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Elos
É na solidão, saudade e embaraço que as profundas reflexões vem à tona. Você que me escuta há de entender o que estou sentindo...

Somos um original. Podemos desenvolver uma nova história. Mesmo que no passado juntamos bagagens e mais bagagens pelo caminho. Bagagens recebidas de quem me gerou, de quem me criou. Sim, cada um tem sua família em si. Mas não somos só isso. Somos muito mais do que a reprodução da nossa família. Somos moldados pelos pais, temos perspectivas a partir deles, são nossos exemplos. Isso pode ser positivo ou negativo. Com certeza fazemos conexões com o passado. Fomos criados num mundo de perspectivas, defeitos, feridas, sentimentos. Nós trouxemos nossas cargas e feridas para nossa estrada. Por isso cada família é um sistema – de elos. Somos resultado de um sistema de elos – fazemos parte deste elo – de sua composição. Mas, podemos chegar ao ponto em que não vivemos mais os sentimentos, passamos a ter conflitos e a partir dos conflitos passamos a nos controlar. No entanto, podemos modificar comportamentos. Eu não preciso continuar a ser o que sou. Eu posso mudar. Não preciso reproduzir aquele modelo que me foi imposto. Num relacionamento é importante não colocar em evidência os pontos negativos. É importante dar atenção aos seus próprios sentimentos. Não posso descrever um caminho até que eu chegue lá e o vivencie. Então é preciso passar por experiências e ver o que deve ficar ou não. O que deve ser mudado ou não. Num relacionamento a dois não há estradas prontas. É preciso descobri-las. Não há normas prontas e nem mais placas de como ir adiante – tudo precisa ser criado a dois.  Exemplo de situação que pode causar conflito num relacionamento a dois: Ela gosta de silêncio. Ela ama o silêncio. E precisa dele para viver. Numa relação a dois a necessidade dela de silêncio é importante na relação. Mas, não devemos colocar os pontos negativos em evidência. É preciso ela ter silêncio e ele pode proporcionar a ela o espaço para este silêncio. E ele precisa entender que ela ter silêncio não é um ponto negativo. É positivo ele poder proporcionar a ela momentos de silêncio para suprir a sua necessidade. Para isso é preciso colocar em evidência os pontos positivos, de forma positiva. Senão a vida pode se tornar decepcionante. É importante sabermos que é no dia-a-dia que vemos as decepções porque nem sempre ele quer o meu bem, mas somente o seu próprio bem. Por isso, numa relação a dois é importante o Diálogo e as Expectativas Verbalizadas. Não o que eu quero, mas o que eu tenho de querer. Mas, não posso jogar fora o que eu quero, preciso olhar também os meus sentimentos. Tem de haver um caminho de saída, onde as expectativas dos dois elos possam ser respeitadas. Geralmente uma relação a dois inicia com uma expectativa. No princípio ao invés de amar quero ter. Eu queria ter alguém, ter a outra pessoa. Ter o sentimento do outro em mim. Por que isso não é natural? Tudo tem a ver em como lidamos com as frustrações, com as decepções. Somos aprendizes. Eu sou aprendiz. Estou a caminho, fazendo minha estrada. Se é verdade que sou o resultado das relações dos meus avós e meus pais, eu preciso aprender a lidar, procurar internamente o por quê das coisas. Por que isso é assim? Preciso me perguntar. E depois preciso me perguntar: o que é possível mudar e o que não é possível mudar? Me perguntar: o que isso é pra mim? Os outros são culpados pelo sou? Eu sou uma coitadinha? Ou eu posso mudar o que me decepciona, o que causa decepções no outro?  Preciso me perguntar: estou interiormente ligada aos modelos anteriores? Algumas expectativas eu ainda não abandonei? Interiorizei expectativas, coloquei-as no meu coração e agora vivo delas? São essas expectativas os lemas da minha vida? As expectativas dos meus pais? As expectativas dos meus avós? As expectativas dos meus irmãos? Falsas expectativas de anos e anos dos meus pais. É isso que me move? Eu me esforço, mas eu não consigo me libertar delas? Das expectativas deles para mim? O mais importante numa relação a dois tem a ver comigo, de não ficar transferindo, sobrecarregando o outro. Preciso lembrar que pessoas são modificadas, passíveis de serem modificadas. Tudo aquilo que eu sempre reprimi talvez não tem a ver comigo, mas estou reproduzindo modelos que me foram impostos. Quando reproduzo modelos, para algumas coisas não há como pensar soluções. Elas não existem no momento porque não vivo o momento, reproduzo modelos. Precisaria ver um outro quadro (além daquele que eu reproduzo) que pudesse me dar parâmetros para pensar, refletir. O que eu procuro eu posso definitivamente alcançar. O que é positivo não deve ser mudado. O que é negativo, isto sim deve ser mudado. Talvez seja preciso desfazer-me das cargas, daquilo onde eu estou sozinha, as propostas, os caminhos que não há como compartilhar numa nova relação – numa relação a dois. Se eu percebo que estou carregando cargas – e eu devo perceber – eu devo parar para refletir. Hoje eu posso falar de coração que o amo, que eu fui presenteada com esse amor. Eu olhei lá pra dentro dos meus sentimentos e eu não estou mais sozinha. Ele está comigo em meu coração. Quando nós chegamos ao ponto de falar do perdão é preciso parar para refletir. Nessa reflexão sobre si mesmo é importante considerar as cargas do passado, tomar o tempo e anotar aquilo que eu acho que meus pais são culpados em relação a mim. Colocar numa caixa e jogar fora. Se a gente já jogou fora então já foi jogado fora. Não há mais como manter a caixa e o que tem dentro dela. Eu já a joguei fora. Não está mais em mim. É importante saber: Eu tenho de me resolver. Eu preciso me decidir. Soltar algumas coisas. Não passar panos quentes ou minimizar as coisas, mas compreender o que é certo e o que é errado, e o que preciso perdoar (jogar na caixa e jogar fora) e o que já foi perdoado (já coloquei na caixa e já joguei fora). Eu tenho a chance de sair dessa situação. E quem caminha comigo? Quem caminha comigo agora é a minha nova expectativa. É com esse elo que estou agora. É preciso lembrar que diante de situações difíceis, conflitos, a chance é a mesma, independente de quem sou. Todos tem a mesma chance de resolver, mudar, partir para novas estradas. A chance é para todos! Também para você.
Maria
Enviado por Maria em 29/06/2015
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