Trigo e Pó
São 07 horas, hora de ir...
O pão tem buscas enquanto
a flor morre em esperas...
Mas, não há mais pão,
nem cinza há nas letras
mortas do poema...
Por isso...
Acolhe os restos de trigo e pó.
É o que sobrou de mim...
Querias tragédias? Tens.
Mas, não há mais pão,
Não, não há...
Caem ao chão os últimos
pedaços de espera.
E espedaçam-se nas brasas
as angústias tão queridas.
Não, não há mais pão,
Não, não há...
Não há mais pão.
Que fazer se afeiçoei-me
aos gemidos do fogo que
se contorce em uivos sibilantes?
Ele sabe devorar horrores
e lágrimas de fada...
Come os restos de trigo e pó.
É o que sobrou de mim...
Querias choro,
gritos, tragédias?
Agora tens!
É o espetáculo das dores
que invadiu a praça
e se derramou aos homens
famintos de dor...
Por isso, não há mais pão,
nem cinza há nas letras
mortas do poema...
São 19 horas, é hora de ir...
Abrir o portão, fechar as janelas
e desligar as luzes do coração...
Maria
Enviado por Maria em 20/07/2015