A Dor das Descobertas
E a gente acaba descobrindo da maneira mais dolorida e difícil que algumas pessoas, talvez muitas mesmo, não querem uma amiga poeta que desliga no meio de uma conversa pra escrever um poema num guardanapo de papel, que muitas vezes perde-se olhando pro nada, pro vazio... em completo silêncio e abstração... que quase sempre não escuta tudo que lhe é falado porque ouviu, viu ou sentiu algo que a levou a divagar, a se perder em pensamentos e reflexões... que quer saber tudo das profundidades da alma e não se interessa por superficialidades, caminhos ocos e vazios... que só pensa em mergulhar no denso e profundo dos vales do espaço e do tempo, do conhecimento, das coisas do mundo e do universo de luzes e não combina trilhas retas e rasas nos caminhos da vida... que tem fome de abismos, vive de suas 100 perguntas e das outras sem respostas e se queda à busca enfurecida por novas descobertas e densas procuras...que ainda acredita que existe muito mais sobre a superfície do mundo e das pessoas do que só cardos, guerras e cicutas efervescentes de ódio e raiva como muitos nos levam acreditar... Que ainda acredita que o amor existe, que a amizade é uma rocha eterna, que a paz a gente pode fazer acontecer, que a transformação social é possível, e que a vida vale, esta maravilhosa vida, vale a pena ser vivida como a gente é, com quem é, de coração aberto... Enfim... é isso... mas tem pessoas, talvez muitas mesmo, que não querem uma amiga assim... E a gente acaba descobrindo isso da maneira mais dolorida e difícil...
Maria
Enviado por Maria em 21/08/2015